É. Eu sou má perdedora. Coloque uma vida que tem sido boa o suficiente pra não acostumar com perdas numa pessoa extremamente competitiva e o resultado é esse. Não consigo lidar tão bem com isso. Me incomoda e, dependando de quanto eu quero algo, me atinge e me põe pra baixo.
Mas é pior ainda quando tiram de mim a oportunidade de participar em algo que eu tenho certeza que eu seria "vitoriosa" (vitoriosa entre aspas pq não estou falando de uma competição em si, mas é um termo aplicável quando eu considero alguns aspectos da vida que me fazem bem como pequenos "achievements"). E pior ainda quando tenho certeza de que esse algo me faria muito muito bem e seria muito muito bom. E pior ainda quando todo o resto da minha vida está bem legal ou sendo encaminhado e essa era realmente a única coisa que me faltava querer. A única perninha curta que sobrou pra qual eu podia dirigir minha atenção. Tudo bem que é fácil dizer que quando só sobrou uma coisa pra querer, isso é o que você mais quer. É como dizer que você tem um irmão favorito tendo um irmão só. Mas isso não torna a situação menos válida, pelo contrário. Se você tivesse quinze irmãos, talvez fosse bem mais difícil dar a quantidade de importância pra um deles, mesmo que fosse o favorito, da mesma forma que faria tendo apenas um. Se seu único irmão morre, é provável que isso seja bem mais doloroso do que perder um irmão dentre 15. E é como eu tenho me sentido...
Eu sei que as minhas certezas parecem incertas pra muita gente. Mas só eu sei como funciona a minha cabeça. Eu bem disse que, quando eu viajasse, minha cabeça poderia ficar confusa. E ficou. Eu tive medo e avisei que, quando eu saísse da casa dos meus pais, problemas poderiam acontecer. E aconteceram. É claro que uma parte justa disso é minha culpa. Mas eu nunca fui gaiata nem fiz ninguém de gaiato. Eu sabia de tudo e avisei de tudo. Mas arrisquei. Arrisquei por necessidades e também por acreditar em outrem. Eu sou mais inteligente que isso e meu erro foi esse: não seguir as minhas próprias previsões lógicas e me iludir "acreditando no melhor". Com o tempo deixei essas ilusões viraram "verdades" que eu repetia e ainda cavava de algum lugar um argumento que as suportasse. Ou seja, além de cometer os meus próprios erros, cometi os erros de outra pessoa. Com isso perdi algo que me fazia muito feliz e toda a chance de lutar porque também perdi uma credibilidade que não merecia perder. E agora, quando digo que estou certa de algo, fácil entender porque ficam na dúvida se não estou sendo uma retardada iludida. Mas não há mais nada que eu possa fazer sobre isso agora e o pensamento de toda essa injustiça me deixa aturdida. Não sei lidar com isso. Injustiça me revolta de uma forma... inexplicável em palavras. Acho que a forma mais light de dizer o efeito da injustiça em mim é que é algo que revira minhas entranhas, perturba meu espírito e tira o meu sono. O que faz dessa derrota algo particularmente difícil.
É realmente tão estranho assim lidar com a derrota tentando esquecer de que há algo pelo qual lutar?
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