Hoje eu li as três leis de Clarke sobre a relação do homem com a tecnologia e me deparei com algo que eu sempre pensei há muito tempo, mesmo sem ter lido nada de Clarke.
III. Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.
Em um primeiro momento em que não se entende algo, mas se vê ou acredita que esse algo existe, é normal que o ser humano crie mitos a respeito disso. Em um segundo momento em que a ciência investiga, descobre as origens e como essa coisa funciona, há um transição, uma evolução do primeiro conhecimento para um conhecimento "final". Final entre aspas porque a própria ciência descobre mais coisas sobre uma mesma coisa ao longo do tempo.
E isso pode ser aplicado a tudo.
Podemos pegar como exemplo algo tão banal pra nós como eletricidade. Que por ser tão comum, raramente paramos pra pensar que é uma energia invisível que faz equipamentos funcionarem. Agora vamos ver como isso soaria na cabeça de alguém do período renascentista? É grande a chance disso não ser distinguido entre força divina (ou demoníaca) ou que a mera concepção da existência de algo do gênero fosse vista como algo ridículo ou impossível.
Trazendo isso para a nossa realidade, quais as chances de algo que o ser humano compreende hoje como ridículo, impossível ou incompreensível deixar de ser assim em um segundo momento? E aqui podemos jogar tudo, absolutamente tudo, que o homem já imaginou: deuses, reincarnação, aliens, teletransporte etc. Nulas? Não creio nisso. Acredito que dada uma quantidade suficiente de tempo, desde que o ser humano não seja eliminado até lá, somos capazes de eventualmente resolver todas as dúvidas de hoje. Seja pra dizer que algo não é possível, ou pra dizer que sim e explicar exatamente como. Obviamente, mais dúvidas surgiriam ao longo do caminho. No entanto, eu não sei se, num dado momento e observando as condições certas de sobrevivência e propagação do conhecimento, o ser humano esgotaria todas as possibilidades de conhecimento ou se isso geraria um ciclo infinito. Acho que, tendo em vista a condição humana atual, ainda é extremamente difícil conceber esse tipo de extrapolação.