Quanto mais suicidas no mundo, menos suicidas no mundo.

9 de abr. de 2012
Não sei se já disse isso, mas tem pouco tempo que descobri o real significado de uma das perguntas do okcupid sobre pessoas simples/complexas. Na época respondi que preferia pessoas simples. Minha lógica é que detesto pessoas que over complicam as coisas, e por isso simples era melhor. Mas, no final das contas, embananei a lógica e acho que a pergunta falava de outra coisa. Alguém chegou a me chamar atenção pra isso, mas como eu ainda não tinha visto o outro lado da questão e minha lógica até q tem algum sentido, deixei quieto todo esse tempo.

Simples, nesse caso, seria quem não vê além do campo do simples e está feliz em não sair do seu campo. É como morar entre montanhas, se sentir feliz e não querer saber o que tem além delas. Não, não sou nem tenho preferência por pessoas assim. Tá que a vida simples deve ser mais fácil, e tem muitas horas que o cansaço ou a tristeza fazem com que eu deseje ser temporariamente dessa forma. De um modo bem geral, no entanto, eu não me satisfaço ou me importo facilmente com o óbvio, mas com o que está além, com o que eu não sei, com o que não aconteceu - ainda. As coisas que eu quero estão em camadas que não são facilmente vistas pela maioria. Consequentemente são coisas mais difíceis (como disse, fácil seria estar satisfeita com pouco), mas são coisas que, ao alcançar/descobrir/realizar, tomam um significado completamente diferente do que tinham antes. E, independentemente do resultado, a experiência rara é, por si só, um privilégio. Quando a experiência é positiva então, é algo indescritível.

Tem muitos contras... O que consigo pensar de início é que expectativas além da realidade geram, além de frustrações mais constantes, grande dificuldade em dar valor ao que se tem. Passei boa parte do meu segundo semestre de 2011 tentando consertar isso com vigor e, apesar do objetivo inicial pra eu tentar mudar isso ter deixado existir, insisti tendo resultados bons. Ainda faltam uns retoques, though. E ainda há outros contras que não vou lembrar agora.

De toda forma, cheguei à conclusão que pessoas complexas são privilegiadas apenas pela própria existência e fadadas a grandes feitos. Não, não estou falando de complexo de Deus eu-vou-mudar-o-mundo-kind-of-thing. Mas coisas como coragem de passar por mudanças não têm nada de simples, são grandes feitos sim. E é justamente esse o tipo de coisa que leva a inovações maravilhosas. Dá pra perceber que eu tenho uma queda quase que descontrolada pelo ineditismo, e nem sempre isso é bom. Mas às vezes é maravilhoso.

Má perdedora.

1 de abr. de 2012


É. Eu sou má perdedora. Coloque uma vida que tem sido boa o suficiente pra não acostumar com perdas numa pessoa extremamente competitiva e o resultado é esse. Não consigo lidar tão bem com isso. Me incomoda e, dependando de quanto eu quero algo, me atinge e me põe pra baixo.

Mas é pior ainda quando tiram de mim a oportunidade de participar em algo que eu tenho certeza que eu seria "vitoriosa" (vitoriosa entre aspas pq não estou falando de uma competição em si, mas é um termo aplicável quando eu considero alguns aspectos da vida que me fazem bem como pequenos "achievements"). E pior ainda quando tenho certeza de que esse algo me faria muito muito bem e seria muito muito bom. E pior ainda quando todo o resto da minha vida está bem legal ou sendo encaminhado e essa era realmente a única coisa que me faltava querer. A única perninha curta que sobrou pra qual eu podia dirigir minha atenção. Tudo bem que é fácil dizer que quando só sobrou uma coisa pra querer, isso é o que você mais quer. É como dizer que você tem um irmão favorito tendo um irmão só. Mas isso não torna a situação menos válida, pelo contrário. Se você tivesse quinze irmãos, talvez fosse bem mais difícil dar a quantidade de importância pra um deles, mesmo que fosse o favorito, da mesma forma que faria tendo apenas um. Se seu único irmão morre, é provável que isso seja bem mais doloroso do que perder um irmão dentre 15. E é como eu tenho me sentido...

Eu sei que as minhas certezas parecem incertas pra muita gente. Mas só eu sei como funciona a minha cabeça. Eu bem disse que, quando eu viajasse, minha cabeça poderia ficar confusa. E ficou. Eu tive medo e avisei que, quando eu saísse da casa dos meus pais, problemas poderiam acontecer. E aconteceram. É claro que uma parte justa disso é minha culpa. Mas eu nunca fui gaiata nem fiz ninguém de gaiato. Eu sabia de tudo e avisei de tudo.  Mas arrisquei. Arrisquei por necessidades e também por acreditar em outrem. Eu sou mais inteligente que isso e meu erro foi esse: não seguir as minhas próprias previsões lógicas e me iludir "acreditando no melhor". Com o tempo deixei essas ilusões viraram "verdades" que eu repetia e ainda cavava de algum lugar um argumento que as suportasse. Ou seja, além de cometer os meus próprios erros, cometi os erros de outra pessoa. Com isso perdi algo que me fazia muito feliz e toda a chance de lutar porque também perdi uma credibilidade que não merecia perder. E agora, quando digo que estou certa de algo, fácil entender porque ficam na dúvida se não estou sendo uma retardada iludida. Mas não há mais nada que eu possa fazer sobre isso agora e o pensamento de toda essa injustiça me deixa aturdida. Não sei lidar com isso. Injustiça me revolta de uma forma... inexplicável em palavras. Acho que a forma mais light de dizer o efeito da injustiça em mim é que é algo que revira minhas entranhas, perturba meu espírito e tira o meu sono. O que faz dessa derrota algo particularmente difícil.

É realmente tão estranho assim lidar com a derrota tentando esquecer de que há algo pelo qual lutar?
 

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