Um ano atrás

23 de ago. de 2012
Hoje eu ia escrever sobre outra coisa, mas então percebi que era 23 agosto e resolvi mudar de assunto. Nesse dia, exatamente um ano atrás, eu estava num avião a caminho da França. Tanta coisa aconteceu nesse dia. Tanta coisa aconteceu de lá pra cá. É rídiculo como tanta coisa muda em um ano. E também como algumas coisas continuam as mesmas.

Nesse dia aconteceu o abraço mais gostoso que já tive na vida, nesse dia eu estava cheia de incertezas, medo e ao mesmo tempo ansiedade, expectativas e alegria. Estava indo pra uma aventura de 2 meses sozinha em países que eu não conhecia com pouquíssimo preparo, guiada por ninguém, apenas pela minha curiosidade. Eu sabia que ia ter a melhor experiência da minha vida (so far) mas fui obrigada a deixar pra trás coisas que eu não queria deixar de jeito nenhum.  Bom, todo mundo já sabe o que aconteceu depois, não me arrependi de ter ido, apenas de como eu voltei.

E de lá pra cá tanta coisa aconteceu, tanta coisa mudou... Tanta merda surgiu, boa parte delas justamente ao mesmo tempo... Familiares doentes, falta de dinheiro, pressão psicológica, brigas na família e desestabilização total, fim de um relacionamento. Mas tanta coisa muito foda também aconteceu. A viagem em si, as aprovações nas faculdades, o estágio, a bolsa, as boas notas, as pessoas maravilhosas que conheci e principalmente todas as grandes mudanças que se passaram dentro de mim e uma certa coisa que permaneceu intacta.

Um grande ano.

Conselhos que as pessoas dão

20 de ago. de 2012
Um excelente conselho que me deram um dia foi: "Se conselho fosse bom, não se dava, se vendia". Sim, um bom conselho sobre conselhos dizendo que eles são ruins e isso gera um paradoxo, blá blá blá, dane-se porque é verdade.

As pessoas esquecem que determinadas afirmações não são regras universais, ou seja, não funcionam pra todos. Fora que não adianta dar conselho pra quem não quer seguir. Às vezes o que você acha uma boa ideia pra alguém é justamente aquela coisa que ela não quer fazer. Conselho não é pra você convencer alguém de que a sua ideia é boa pra outra pessoa além de você mesmo. Aliás, essa é a forma mais estúpida que eu já ouvi falar de se aplicar um conselho. Não que eu não goste de pedir a opinião de outras pessoas, eu gosto e talvez até mais do que o comum. Mas eu tendo a ignorar a maioria das coisas que as pessoas dizem. Essa é a hora em que você diz "então why the flying fuck...?".

Tem alguns amigos dos quais eu gosto de ouvir a opinião apenas porque sei que eles raciocinam de forma muito parecida comigo, então eu confio mais no que eles dizem. E tem aqueles outros que não necessariamente costumam concordar comigo, mas é sempre bom escutar porque vai que alguém diz um argumento no qual eu não tinha sequer pensado na possibilidade ainda? Acho que dar conselho serve pra isso. Pra te fazer refletir, apenas. No final é você quem tem que decidir. E nem sempre tem que fazer sentido!

No campo dos relacionamentos, especialmente, é muito normal as pessoas ficarem dando conselhos. Ainda mais que eu costumo falar abertamente sobre isso e algumas pessoas cismam que tem algo errado comigo. Não que não tenha ahuahuha, mas deixa quieto! ;o  Enfim, algumas das pessoas que me "dão uns toques" são pessoas que eu valorizo muito. Mas não é assim que a vida funciona. Umas das pérolas mais comuns que escuto são "não seja boba, não corra atrás, se faça de difícil", "aposto que tem vários outros homens aos seus pés pra você escolher, escolha", "esqueça isso". Vou dizer com uma imagem o que eu acho disso:



Só pra começar as coisas não se resolvem assim, mesmo querendo. Fico imaginando se as pessoas que dizem esse tipo de coisa já amaram alguém na vida de verdade ou foi simplesmente uma questão de comodismo / apego. Porque até onde eu sei, amor não se esquece assim não. Acredite, eu tentei. Exaustivamente. E falhar miseravelmente só confirmou o que eu pensava. A segunda coisa, sobre simplesmente escolher outra pessoa... Também não é assim. Existe um clique, e ele tem que acontecer. Eu posso procurar pessoas, mas não escolher. Não vou simplesmente escolher qualquer pessoa aleatória. A resposta mais clara pra isso é "não estou afim, porra". A última coisa, e a mais importante, é que nunca escutei nada que me soe tão ridículo como "se faça de difícil". E não é desculpa por não conseguir me controlar. Claro que auto-controle é uma coisa que influencia, mas não tenho tido problemas com isso ultimamente. A questão maior é que, eu não simplesmente não suporto, mas tenho completa ojeriza por manipulações e fingimentos. Não só não concordo com essas coisas como sou completamente incapaz  de realizá-las. Eu tenho uma espécie de TOC por dizer exatamente o que estou pensando. Sempre. Obviamente em algum momento da minha vida isso já me trouxe problemas, mas é preferível ser assim do que ser o oposto, não? Ou seja, a ideia de dizer pra uma pessoa da qual eu gosto que eu não gosto, agir e fingir como se isso correspondesse à realidade não somente me parece algo muito complicado como inconcebível do meu ponto de vista ético. No máximo, talvez, me controlar e não ficar comentando o que eu penso. Mas fazer o oposto? Impossível e, pode me chamar de babaca que eu não dou a mínima, totalmente ridículo.

Dafuq is dia dos solteiros (?)

15 de ago. de 2012
Li em algum lugar que hoje era "dia dos solteiros". Nem sei se essa porcaria existe mesmo ou sequer se é hoje de verdade, mas resolvi escrever sobre isso mesmo assim.

Que coisa boçal. Acho que nem tem muito o que comentar sobre as pessoas que, nos outros 364 dias do ano, são a encarnação do forever alone lvl 99 e hoje ficam berrando no facebook que ser solteiro é maravilhoso, né? Hipocrisia mobral. Não tem outra expressão mais descritiva. Então resolvi escrever o que eu realmente acho de solteirice.

Cara... É realmente maravilhoso em alguns momentos. Não tem nada melhor na vida do que:

  1. Ter liberdade de ir, vir, pensar, falar etc sem precisar pisar em ovos;
  2. Não ter que cumprir exigências idiotas com as quais você não concorda;
  3. Ter o seu próprio espaço;
  4. Poder fazer o que você quiser com o seu tempo;
  5. Planejar sua vida pensando somente no seu benefício sem ter que fazer concessões que a longo prazo irão te prejudicar;
  6. Não ter que lidar com ciúmes / excesso de carência e poder sair com amigos e amigas sem que ninguém te encha o saco por isso;
  7. Não ter draminhas desnecessários e discussões idiotas por motivos absolutamente irrelevantes;
  8. Poder ser você mesmo e fazer coisas que você só faria sozinho tipo soltar um pum, andar pelado, ir no banheiro de porta aberta, cantar britney spears no chuveiro usando o vidro de xampu como microfone, treinar em voz alta se decorou o nome dos primeiros 151 pokemons etc;
  9. Poder apreciar e comentar a beleza de pessoas do sexo desejado sem levar um pisão babaca no pé;
  10. E outras muitas alegrias de não estar num relacionamento típico.
Resumindo, não estar num relacionamento comum é, pra muita gente e pra mim inclusive, como estar de férias de um trabalho cansativo. Em diversos relacionamentos que tive, a sensação ao terminar era em parte muito parecida com a de chegar em casa morta depois de um dia longo e tirar o sutiã. Mas acho que não é só porque algo te deixa cansado que você não gosta dessa coisa. Assim como existem as pessoas que, por algum motivo doentio, amam loucamente ir pra academia todo dia passar horas estrebuchando em equipamentos, existem pessoas que gostam de namorar. E, é claro, as que não gostam.

Mas assim como existem várias coisas que eu não suporto, como disse acima, também existem as coisas que eu gosto muito:
  1. Receber e fazer massagem nas costas (os outros items não estão em ordem mas esse é definitivamente o top 1);
  2. Trocar carinho ao assistir um filme;
  3. Ter a parte sentimental da coisa: querer estar com alguém que quer estar com você, amar alguém profundamente, querer muito o bem de alguém, gostar de agradar alguém, ficar feliz com a vitória de alguém, tudo isso de uma forma mais especial com alguém especial é algo muito gostoso pra mim;
  4. Fazer coisas banais, idiotices e rir disso junto com alguém;
  5. Fazer as coisas que você não gosta de fazer sozinho. Pra algumas pessoas pode ser ver um filme, viajar, deitar na grama e conversar (até pq isso seria meio estranho), ir à praia, sei lá. Muita gente tem pelo menos uma coisa que prefere muito mais fazer se tivesse companhia. Eu tenho várias dessas coisas. E talvez também aquela coisa que você sempre quis fazer, mas não fez porque nunca ninguém falou "ei, vamos?";
  6. Fazer coisas que normalmente você não tentaria fazer, mas acaba fazendo só pela companhia especial e acaba  adorando;
  7. Ter alguém que se importe com você, de verdade;
  8. Ficar de conchinha;
  9. Ficar feliz só de ver o sorriso da outra pessoa;
  10. Fazer sexo com alguém que você realmente tem intimidade e a possibilidade de fazer sempre com a mesma pessoa (pq na minha opinião vai ficando muito melhor);
  11. Tentar uma posição diferente, dar com a cabeça na cabeceira, se estabacar no chão e começar a rir ao invés de se sentir embaraçado;
  12. Beijar na chuva, falar sobre o próprio amor, andar no parque, trocar presentes ou palavras de amor e carinho sem motivo algum e outras coisas fofinhas;
  13. E essa lista vai longe...
Lembrando que essas são as coisas que EU gosto. Existem outras coisas passíveis de se gostar em um relacionamento. De qualquer jeito, imagino que aí tenha muita coisa legal pra quase todo mundo. Creio eu que as pessoas que abraçam a solteirice honestamente são no geral as pessoas que pesam os prós e os contras e acabam por concluir que não vale a pena, não quem não gosta dessas coisas. 

Eu, no entanto, acho que vale por um motivo crucial: as pessoas em geral esquecem, desconhecem ou ignoram que existe o relacionamento atípico.  Eis que um dia eu tive uma ideia genial (que depois aprimorei lendo sobre o assunto, ou conversando com gente que pensa parecido) que é a seguinte: E se a gente pudesse escolher ter as coisas que a gente quer e não ter as coisas que a gente não quer? Não seria o máximo???


A resposta é simples: yes, we can. Mas apesar de simples, talvez não seja tão fácil. Primeiro você precisa mandar um "foda-se" pra sociedade. Depois é preciso que você ache alguém que pense as mesmas coisas que você ou, no mínimo, algo razoavelmente parecido e que, na parte que sobrou, role um "we agree to disagree" e não tenha algo que te faça sentir violado ou que viole a outra pessoa.

É mais ou menos isso que estou procurando agora. Na verdade eu achei, a outra pessoa é que não achou, ahuahuahua, mas isso é história pra outra hora.  Uma vez recebi um conselho do meu irmão que foi o único que recebi na vida sobre relacionamentos que realmente procede: "Depois que você se aproxima de alguém, o que faz você ficar com essa pessoa não são as qualidades que você aprecia, mas os defeitos que você tolera". Estou considerando seriamente em, na próxima vez que eu for iniciar um relacionamento, elaborar um contrato de 137 cláusulas sobre as coisas que devem e que não devem acontecer, o que eu quero e o que eu definitivamente não quero e dar para O Escolhido assinar. As cláusulas poderiam ir desde "Não lamber orelhas durante o coito" até "Não comereis a cheesecake que sobrou na geladeira do próximo". Depois iria pedir pro indivíduo fazer o mesmo, analisar o contrato com cuidado e ver se é possível propor um acordo justo que não viole cláusulas de nenhum dos dois.

Obviamente 99.9% das pessoas no mundo diriam nesse momento que eu sou uma puta de uma lunática. "Crazy eyes!! CORRÃO para as montanhas!!" Mas na minha cabeça parece que poderia dar certo. Acho que eu teria que estar com alguém tão quanto ou muito mais lunático que eu, mas talvez isso seja exatamente o que eu goste. :) Talvez nem seja tão lunático assim...

Nah, é sim.


 

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